domingo, 2 de maio de 2010

O Começo da Continuação da Vida - Capitulo 3 (Fragmentos e Erros)

"É impressionante como nessas horas você só consegue pensar em você. Eu consigo ver nesse momento apenas o café fraco que está na minha mão, o carro do reboque e esse policial que concordou por algum milagre em não me algemar."

- Eu não sou um assassino! São coisas que acontecem, não é? Todo mundo erra.

"Eu sei que comigo as coisas não acontecem da mesma maneira do que com as outras pessoas. Tudo por causa daquela pedra! Preciso me livrar dela!"

O policial não consegue parar de pensar na cena que acabara de ver.

"Eu só queria tomar umas cervejas com uns amigos e voltar para casa, sabe? É carnaval, aliás, era carnaval ontem."

...


- Mamãe! Mamãe!!! Olha o que eu achei!
- Não tenho tempo pra isso agora, meu filho, estou atrasada para o trabalho e você precisa se arrumar para ir para a escola.
- Mas, mãe! É im...- Lucas foi interrompido por sua mãe – Sem mais! - E Margarida saiu pela porta da frente deixando seu filho com um cristal transparente de 24cm, pontudo e de base achatada, ligeiramente piramidal em suas mãos sem sequer olhar. Mas não havia problema, afinal, esse era seu primeiro erro.

...


No bar, dois universitários conversavam pela manhã enquanto faziam um curto desjejum rico em café....

- Já viu a manchete do jornal de hoje?
- Não, o que tem nela para você estar tão empolgado?
- O presidente foi deposto! Eu te disse que isso ia acontecer!
- Era de se esperar, Rodrigo.
- Não era a 1 mês atrás, quando eu te disse isso! Você tem que entender, Marcelo, eu vi o futuro!

...


E eles ainda estavam perseguindo os fragmentos enquanto o mundo acabava.

- Acho que o erro foi meu, sou o mais velho e deveria ter percebido antes. Agora posso sentir que é quase tarde demais! - Disse João numa calma assustadora e indiferente. Ele comentava sobre si sozinho...

O engenheiro da obra ao seu lado olhou para ele e perguntou as horas.

E isso foi algo que incomodou de verdade. João não soubera responder. O senhor do tempo perdeu a hora de novo.

...


A Esperança estava longe de morrer. Recordando-se de um dia quem foi, ela caminhava por uma floresta junto com insetos.
Uma pequena xará verde havia dito que sabia de um fragmento, que tinha ouvido uma história, e que vagalumes iluminariam o caminho da menina quando ela fosse procurar a pedra.